Der Ampelmann. O homem do semáforo.

Ao chegar aqui na Alemanha, me deparei com uma coisa no mínimo komisch, como eles dizem por aqui. Ao atravessar as ruas da Alemanha Oriental, onde até 1989 a DDR (Deutsche Demokratische Republik juntamente com o serviço secreto – STASI) regia essa parte do país, me deparei com o Ampelmann, o boneco do sinaleiro (semáforo, sinal, e outras variantes possíveis). Diferente do padrão mundial, no qual o Brasil está incluído, o boneco do sinaleiro aqui nas cidades da Alemanha Oriental é diferente e personalizado. Mas por que, caros leitores? O trecho abaixo, que li no blog Doktorarbeitfest, explica um pouco sobre a origem do personagem. Falando em sinais de trânsito e pedestres, é admirável a consciência que os alemães têm. Ninguém atravessa a rua antes que o sinal esteja verde (salvo algumas excessões, que na maioria das vezes os estrangeiros estão envolvidos). As vezes a rua está vazia, não há nenhum carro se aproximando e pode demorar 1 minuto, mas ninguém atravessa enquanto o sinal está vermelho. Não sei por que eles são assim; acredito que haja alguma conscientização a respeito dentro das escolas. Só sei que invejo esta disciplina e respeito às normas que eles têm. Mais um exemplo de um país desenvolvido, provando que com educação é possível viver em harmonia.
“Quando a Alemanha se separou não havia ainda o sinal de trânsito para pedestres – ao menos aqui. Em 1961, na Alemanha Oriental, o psicólogo de trânsito Karl Peglau teorizou que as pessoas reagiriam melhor à sinais de trânsito menos impessoais e mais simpáticos, ou com os quais se criasse, de alguma forma, um laço afetivo. Assim sendo, Peglau criou o Ampelmann, ou numa tradução literal, “o homem do semáforo”, e o ícone se espalhou pelas ruas da Alemanha Oriental. Com o fim da DDR, várias realizações do lado oriental caíram por terra, sendo engolidas pela lógica da Alemanha Ocidental. Talvez seja por isso que ainda exista, de alguma forma, não um saudosismo do povo com relação a DDR, mas sim com relação a algumas boas idéias e hábitos que foram completamente abortados depois da unificação, como por exemplo, o sistema de creches, que era muito mais eficiente e de fácil acesso à todos antes da queda do muro. Hoje por exemplo, a palavra “creche” caiu em desuso , porque a creche simplesmente se fundiu com o jardim de infância.
Com a queda do muro, iniciou-se o movimento de padronizar a sinalização de trânsito na Alemanha, evidente adquirindo o símbolo característico ocidental, semelhante aos outros lugares do mundo. A revolta foi imediata! Os moradores do lado oriental reclamaram e chegou a se realizar uma votação para saber se a população queria o ícone universal ou se queria o símbolo oriental. Ganhou, é claro , a manutenção do simpático boneco de chapeuzinho . que, de certa forma, acabou virando literalmente, um ícone de uma certa resistência objetivando conservar coisas positivas da DDR.
Uma vez o Ampelmann continuando vivo nas ruas das cidades da antiga DDR, uma nova batalha começou, dessa vez pelos direitos autorais do característico personagem. Depois de uma briga entre o lado ocidental e oriental, foi decidido que os direitos do personagem são da Alemanha Oriental e que qualquer lucro advindo do personagem é revertido para o lado em que o personagem nasceu e viveu. É evidente que hoje em dia se espalham lojas pela Alemanha, com vários badulaques do personagem, desde canecas, bolsas, agendas, mochilas, camisas e marcadores”.

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